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Temporada 3 - Ep. 3: Música e poesia!

Atualizado: 8 de set. de 2021





Olá! Sejam bem-vindos ao podcast do PianoBlog! Sabia que o podcast surgiu do meu blog?! Sim, visite o site carlagullopiano.com e entre no PianoBlog. Alguns episódios estão transcritos para a leitura, então você pode ouvir ou ler o nosso conteúdo. Como não temos patrocínio, esta produção é lenta, mas você pode nos apoiar nos ajudando a divulgar para seus amigos e amigas que gostem de música!

Lembra da definição de Edgar Willems do primeiro podcast desta temporada?! “A música é uma arte do movimento”, pois bem, na sequência, ele continua dizendo: “acontece no tempo tal como a dança e a poesia. Estas três artes estão unidas no ritmo. Se diferenciam segundo a matéria prima utilizada: o som para a música, o corpo humano para a dança e as palavras para a poesia”(p. 37). Este trecho está no livro “O valor humano da educação musical”.





O ritmo, como já vimos em temporadas anteriores, é um dos elementos básicos da música. Sem o ritmo, não conseguiríamos distinguir as palavras que falamos, ouvimos e lemos. Vamos ver um exemplo. Procure perceber no poema O relógio, de Vinícius de Moraes, o ritmo dos versos


O RELÓGIO

Rio de Janeiro , 1970

Passa, tempo, tic-tac

Tic-tac, passa, hora

Chega logo, tic-tac

Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo

Bem depressa

Não atrasa

Não demora

Que já estou

Muito cansado

Já perdi

Toda a alegria

De fazer

Meu tic-tac

Dia e noite

Noite e dia

Tic-tac

Tic-tac

Tic-tac...



Podemos escolher como ler a poesia, seja com um ritmo ou outro, mas a quantidade de sílabas de cada verso sempre vai fazer com que haja um ritmo interno da própria poesia. Escolhi ler como os ponteiros do relógio fazem, um tic-tac constante e sem interrupções entre um segundo e outro. Na música podemos comparar o tic-tac à pulsação, que também é constante e os pulsos são divididos em partes iguais. É nela que o ritmo surge com suas

subdivisões e ainda podemos acelerá-la para tocar em andamento mais rápido, o tic-tac do relógio não. Bom, aí explica o cansaço do relógio, né?!


Porque não pensar um conceito que abranja todas as artes?! Uma não está desligada da outra, mesmo que cada arte tenha sua especificidade. Afinal, saber que há esta integração nos deixa mais receptivos a poder compreender esteticamente o que se passa até mesmo durante o estudo. Falando em estética, no próximo episódio vamos fazer uma análise diferente: escolheremos uma música para analisar do ponto de vista musical, da dança e da poesia. Você tem alguma sugestão de música? Mande para mim pelas redes sociais ou pelo e-mail carlagullopiano@gmail.com. Até lá!


Referências:



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